Mas uma vez a vida me ensina com meus “passeios parentais”. Assim como no texto “Morrer é Chiste”, o texto de agora foi inspirado em uma visita a um tio meu, desta vez, da querida cidade natal de minha mãe, Antonio Olinto (PR).
Vivemos uma vida desenfreada, cercada pela correria da vida corporativa e pela tecnologia que tanto nos ajuda e atrapalha ao mesmo tempo. Nosso dia passa velozmente diante das atividades que desenvolvemos, da Internet e da insubstituível televisão. Por diversas vezes nos damos conta que passamos o dia todo numa agitação tamanha, que antes de dormir, gostaríamos de ter mais horas, para completarmos tudo o que planejamos nas 24 que já são presenteadas por Deus.
Mas na casa do meu Tio, isso é historia, la o tempo passa devagar, no ritmo de uma vida saudável, regada a um bom ar puro, de comida saudável e hábitos bem diferentes dos nossos. Obviamente que também, com muito trabalho, o qual esta explicito no corpo, dado o esforço do trabalho no campo. Mas como o Tio mesmo diz: “já estamos acostumados”.
É verdade que já estive la por diversas vezes e que nada do que vi em minha ultima visita foi diferente do que já tinha visto antes, a não ser, a minha ótica. Fiquei me perguntando como não tinha percebido antes, como pude ser tão cego a ponto de não perceber. A vida é Simples. E a simplicidade torna a vida boa.
Degustar um bom café, um bom chimarrão, uma comida simples feita no fogão a lenha, uma boa prosa na varanda, deixando que uma leve brisa conduza seu respirar, sem olhar para o relógio ou sem pensar no que se tem pendente a fazer.
O que me deixou mais pasmo ainda, é que meu tio faz isto sempre, e nunca deixa de trabalhar na roça, de tratar da criação ou de realizar qualquer tarefa que seja necessária, mesmo em tempo de safra.
Fiquei me perguntando, como ele consegue fazer com que seu dia renda tanto, a ponto de trabalhar e aproveitar as coisas simples da vida, acho que isso, pra nós, bichos da cidade, é um desafio enorme.
Obrigado Tio por me mostrar a vida de verdade, se não conseguir, pelo menos vou tentar, a vida merece esse esforço. Até a proxima visita...
4 comentários:
Caro Professor:
Lendo seu texto fui trasportado a um passado não muito distante, quando morava também no interior.
Realmente, lá a vida parece passar devagar e dá tempo de aproveitar coisas simples de um vida desprovida de tantos recursos tecnológicos.
As vezes me pergunto "Será válido tanto esforço?",pois quando penso que as pessoas que mais acreditavam em mim não estão aqui para dividir as alegrias das conquistas... Lá no interior , olhando o pomar de casa via simplismente minha mãe me perguntando se neste ano o pé de acerola iria produzir...
Hoje não tenho mais pomar para olhar, nem sei se o pé de acerolas produziu... nem simplismente o sorriso de minha mãe... contudo os valores que ela me deixou isso jamais sairá de mim e toda vez que escuto, vejo ou leio qualquer coisa que remeta nostalgia penso que tudo vale a pena, sejam conquistas materiais, intelectuais ou simplismente algumas acerolas...
Paulo Bueno
Belas e sabias palavras Paulo, obrigado por sua participação, ja que estamos convictos em aproveitar a vida, um dia tomamos um belo suco de acerola. Abraços.
Olá Professor,
Concordo plenamente com o conteúdo e toda a nostalgia de suas palavras.
Mas acredito, não ser o lugar que nos remete à sensação de ter tempo pra tudo. Penso muito mais em quão importância damos aos nossos afazeres, e também ao tempo que dedicamos à nos mesmos. Se aqui na cidade eu optar de lá naquele sábado que sempre penso ser o dia que me sobra pra fazer tudo em casa, eu resolver me dar uma folga, deixar tudo pra depois, não ficar na frente do computador ou da TV e sim pegar minha filha e ir ao parque sentar no gramado e simplesmente observar os patinhos na água, e ver que no rosto dela surge um sorriso, meu tempo vai passar tão agradavelmente quanto lá no sítio. Pois é o valor pessoal que imprimi naquilo que fiz.
Então é tempo sim, de repensar em como usamos nosso tempo, e como olhamos para as coisas que nos fazem bem. Stress, saí pra lá!
Um grande abraço,
Obrigado pela participação e pela otima reflexão Betty, Abraços.
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